Cowboy Bepop lançado em 3 de abril de 1998 se tornou um clássico tanto dos animes quanto do gênero cyberpunk marcou uma geração e é lembrado até hoje com muito carinho por aqueles que viram. O anime conta a história de um futuro com o avançar da tecnologia a humanidade saiu do planeta terra e se abrigou em outros lugares do sistema solar, com o aumento da população o numero de criminosos também aumentou, consequentemente a policia incapaz de conter toda essa violência recebe auxilio de caçadores de recompensa espaciais os cowboys.
O anime dirigido por Shinichiro Watanabe e escrito por Keiko Nobumoto trouxe uma mistura diferente dos animes da época. Um futuro cyberpunk, mas que ao invés da trilha futurista de filmes como Blade Runner trazia consigo o Jazz dos anos 40 (Mesmo a história se passando em 2071). Alguns enquadramentos e direções diferente do estilo japonês trazendo uma pegada mais americana até mesmo os nomes dos personagens mais americanizados e não em japonês como de costume, a própria narrativa fluida que se inspira em filmes de velho-oeste e Kung-Fu da década de 70.
No anime acompanhamos Spike e sua equipe de cowboys que se formam ao decorrer do anime, todos eles tem alguma ligação com seu passado o que muitas vezes é contado em sonhos e rápidas lembranças dos protagonistas, Spike tem seu passado ligado a máfia e a única mulher que ele amou, Jet seu parceiro tem ligação com sua ex-mulher e a perca de seu braço, a Faye após sair de uma criogenia não consegue lembrar de seu passado a Ed a criança do grupo tem o passado ligado ao seu pai que a abandonou na creche, todas essas histórias complementam as suas historias atuais caçando criminosos e tentando sobreviver mais um dia.
Cowboy Bepop fala de solidão, da mediocridade da vida humana, do corporativismo, o impacto ambiental retratado na história em um acidente com um portal interdimensional que rachou a lua e que trouxe impactos em diversos personagens e na história em si. Da guerra e suas consequências trazendo dois grandes vilões a trama e da própria existência mostrando reflexão sobre o que é viver e como se deve viver, enquanto os personagens se desenvolvem e acham seu lugar nesse mundo observamos um ambiente caótico e sem muito ao oferecer, mas o anime não perde seu bom humor (O que tem bastante) balanceando o clima da série.
A trilha sonora criada pela banda Jazz Seatbelts, liderada pela japonesa Yoko Kanno é um dos pontos altos do anime, criado somente para a série com suas influências ao Jezz dos anos 40, a bossa nova e ao Blues se torna um elemento narrativo ilustrando tiroteios, combate mano a mano e até mesmo a malandragem desses personagens além de claro suas próprias histórias pessoais.
As homenagens que o anime faz são muitas do próprio nome dos episódios fazendo referências a músicas e álbuns famosos até aos personagens da série como o trio de coadjuvantes Antônio, Carlos e Jobim. Além do clima noir de milhares de filmes americanos. Cowboy Bepop teve 26 episódios e 5 volumes de mangá. Em 2001 um filme produzido por Shinichiro Watanabe com o nome de Cowboy Bepop: “Knockin’ On Heaven’s Door” referência a música de Bob Dylan.
O interessante de Cowboy Bepop é que até mesmo o episódio mais aleatório traz uma reflexão e um enriquecimento para a trama, mostrando um universo rico, mas não conclusivo demonstrando a passagem da vida e do desapegar do passado pensando apenas no presente e no futuro a clássica frase que aparece em boa parte dos episódios “See You Space Cowboy” demonstra esse clima solto que o anime tem.
Em 2018 ao fazer 20 anos Cowboy Bepop demonstra o quão atemporal pode ser uma obra e como a mistura de ritmos e estilos diferentes fazem um anime como esse ser influenciado e influenciar gerações a mensagem que a série deixa no fim é de devemos seguir em frente e enfrentar o nosso passado com o objetivo de ter um futuro, diferente do anime onde os personagens lutam contra bandidos e crime organizado lutamos pelas nossas vidas problemas externos como destruição ambiental e violência.
“You’re gonna carry That Weight”.
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